segunda-feira, 9 de abril de 2018

Pacifista ou Pacificador?? (por Peter Hammond)

Bookmark and Share Bookmark and Share


Me espanta como muitas pessoas interpretam erroneamente a Bíblia, mesmo quando a memorizam. Talvez elas queiram que a Bíblia diga o que eles acham o que é a verdade, e não o que ela realmente diz.

Em Mateus 5, Jesus se dirige aos seus discípulos mais próximos durante O Sermão da Montanha, dizendo; "Bem-aventurados os (pacificadores ou pacifistas], porque eles serão chamados filhos de Deus". Mas, qual destas duas coisas Ele realmente disse?

Hoje em dia muitos cristãos pensam que Jesus disse "pacifistas". Um dos maiores problemas na Igreja Cristã de hoje é que a maioria quer ser pacifista e não pacificadora. A mesma verdade aplica-se à sociedade secular. Existem aqueles políticos que pensam que manter a paz é mais importante que construir a paz.

Um recente presidente norte-americano achou que deveria receber o Premio Nobel da Paz porque ele se achava um grande estadista. Ele pensava assim porque tinha "mantido a paz" em várias partes do mundo. Como ele conseguiu isso? Ele enviava tropas para atuarem junto com tropas de outros países e ficar posicionadas entre duas facções rivais em guerra, impedindo de se matar, como foi em Kosovo, por exemplo.

Qual é o problema com a forma de pensar de um pacifista? O problema é que quando aquelas tropas são retiradas de lá, aquelas mesmas facções começar a se matar novamente.

Porque?

A resposta é simples. Aquelas tropas não "construíram a paz", mas apenas "mantiveram a paz". Aquilo foi uma situação temporária, uma prevenção artificial contra algumas matanças, mas o problema, a causa daquela guerra não foi tratada. As questões profundamente arraigadas das guerras não foram devidamente abordadas e eliminadas. Um lacre foi colocado na tampa de uma panela de pressão, mas todo o vapor está preso lá dentro. Isso vai eventualmente explodir quando o "impedimento" artificial for removido.

A mesma coisa vemos acontecer na Igreja de Cristo. Determinadas situações se desenvolvem numa igreja local onde você "vê" os canhões apontados através dos corredores. Pessoas que tem opiniões decididamente diferente uma das outras se sentam em lugares distantes e procuram não olhar naquela direção para evitar qualquer contato visual.

Quantos pastores, pregadores, diáconos, presbíteros, mestres e membros do ministério da música dizem algo assim:

"Olha, nós não deveríamos tocar nesse assunto porque fulano ou sicrano pode se ofender."
"Olha, nós não deveríamos tocar nesse assunto porque fulano ou sicrano pode sair da igreja."
"Olha, não podemos mudar isso, porque foi a tia do fulano que doou isso para a igreja."

Um pacifista sempre leva a conversa para longe do motivo que está causando a confusão. Os pacifistas evitam confrontos à qualquer custo. Ele são os inventores regra do "deixa disso". Eles são especialistas em mudar de assunto, evitar argumentações e redirecionar ou confundir a conversa. A paz conseguida por um pacifista é uma paz falsa e momentânea. Essa paz é externa, superficial e incapaz de mudar o coração e a mente de qualquer pessoa.

O resultado do "deixa disso" na verdade permite que a doença e a fraqueza continuem. Essa regra mantém famílias doentes e disfuncionais à continuarem vivendo seus ciclos destrutivos. A pacificação faz com as igrejas evitem questionar e tratar condutas pecaminosas e nocivas ao Corpo.

A cura para tudo isso é que os pacificadores tem que se posicionar e dizer: "Existe um problema aqui e nós precisamos resolver isso agora!" Os pacificadores enxergam o problema e imediatamente entram em ação para consertar, reconciliar e restaurar. Eles promovem soluções à longo prazo.

Quando os pacificadores fazem isso, são, via de regra acusados de serem insensíveis, sem amor, julgadores, acusadores, causadores de problemas, legalistas e INTOLERANTES. Quando um pacificador aponta para um comportamento impróprio de alguém, ele é totalmente demonizado e o verdadeiro culpado é desculpado, tolerado e segue sem correção. João Batista foi um pacificador e perdeu sua cabeça porque chamou o pecado DE pecado. Jesus é o Príncipe da Paz mas chamou os fariseus de raça de víboras, e eles o crucificaram. Onze dos doze apóstolos do Cordeiro foram martirizados porque fizeram a consciência dos homens doer.

Os pacificadores não ficam com suas bocas fechadas quando percebem um comportamento errado, mas ao contrário disso eles são justamente aqueles dispostos à pagar o preço de expor aquele problema. Disse disse aos seus discípulos em Mateus 5:9:
"Bem-aventurados (afortunados) são os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus."
Ele também disse em Mateus 5:14:
"Vocês são a Luz do mundo. Não é possível esconder uma cidade construída sobre um monte."
Jesus disse que os filhos e filhas de Deus não escondem sua Luz dentro de uma cesta, mas a coloca no topo de uma montanha como um farol de justiça. Ele disse, "deixem vossa Luz brilhar a tal ponto que os homens possam ver as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está no céu."

Em João 9 Jesus disse que Ele era a Luz do mundo enquanto estivesse aqui, mas agora que ele voltou ao Céu, NÓS temos que ser a Luz do mundo. Nós somos Luz da mesma forma que Ele foi Luz. Luz e trevas (escuridão) não podem coabitar. A luz sempre preenche o vazio das trevas, porque a treva é apenas ausência de luz. A treva (ou escuridão) não tem substância, portanto, porque deveríamos ter medo dela? Nós precisamos brilhar a Luz Dele, no meio das trevas para que aqueles que estão sendo enganados possam receber a Verdade.

Em Mateus 5:13, Jesus fala sobre aqueles que não querem brilhar Sua Luz da Verdade:
"Vós sois o sal da terra; se o sal se tiver tornado insípido, como se poderá restaurar-lhe o sabor? para nada mais presta, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens.
O sal é bom. Ele impede a deterioração provocada por bactérias, fungos, etc. A luz ultravioleta também mata bactérias. O sal e a luz são inimigos das bactérias porque impedem a deterioração.

Os pacifistas são amados por todos porque saem por aí declarando amor à todo mundo, dizendo que Deus é amor, etc,. Os pacifistas se esquecem de dizer (ou não querem) que o mesmo Deus que ama à todos, também é Juiz de todos.

Em Ezequiel 3:18-19, Deus disse que os crentes pacifistas serão chamados para prestar contas dos pecados dos iníquos porque eles não os alertaram sobre isso, enquanto os pacificadores não serão responsabilizados pelos pecados dos iníquos, porque obedeceram ao que Deus mandou fazer e alertaram os pecadores de suas iniquidades.

Os pacificadores confrontam, mas uma forma amorosa. A verdade sem amor é cruel MAS amor sem a verdade é comprometedor, perigoso. O apóstolo Paulo disse as coisas que ele ensinou à homens fiéis, estes deveriam ensinar à outros. Paulo disse que a mensagem não muda. (Veja também Mateus 5:19)

Paz é algo muito maior do que apenas ausência de conflito. Paz é a presença de retidão, justiça, integridade. A verdadeira paz produz relacionamentos que aproximam e unem antigos inimigos. A integridade, retidão, colocam um fim no desejo de causar danos ou dor aos outros. Ela ministra o amor que produz harmonia. Quando uma pessoa é redimida através do perdão de Deus e realmente experimenta o amor genuíno em seu coração, a paz verdadeira vem fazer morada nela.

Quando uma pessoa lê as beatitudes (bem-aventuranças) e aprende que aqueles que as praticam são abençoados, percebe que eles (os pacificadores) se destacam, se excedem dos demais. Deve ser muito difícil ser um pacificador, porque de outra forma, porque ele seria citado nominalmente e ser merecedor de uma benção especial, exclusiva?

Ser um pacificador é fazer parte de uma processo difícil mas necessário, porque estamos lidando com os corações de homens e mulheres.

As pessoas não querem morrer para seus próprios desejos e não gostam de ser confrontadas.

Os pacificadores são puros em suas intenções. Isaías disse "ai de mim" antes de dizer "ai de vós." Eles estão dispostos a se envolver em conflitos, mesmo que sua carne não queira, porque amam à Deus e Sua Palavra acima de qualquer outra coisa. Os pacificadores exortam e repreendem com muita longanimidade, "em tempo e fora de tempo" (2 Timóteo 4:2-5). Eles não são apaziguadores bajuladores. Eles ficam firmes e inabaláveis, quando os demais já se corromperam e comprometeram seus princípios, para que tenham a chance de trazer uma última oportunidade às pessoas. Eles estão dispostos à denunciar heresias e incredulidades. Calebe e Josué foram pacificadores.

Em João 15:18-20, Jesus falou que "se o mundo o odiava e o perseguia, também odiaria e perseguiria aqueles que o seguissem". Quando não estamos sendo perseguidos (pelo mundo), talvez é porque não estamos seguindo os ensinamentos Dele.

A questão é... nós amamos as pessoas o suficiente para dizer a verdade à elas? Jesus amou, e seu único crime foi dizer a verdade ao mundo.

Os pacificadores levam outros a ter paz (acertar as contas) com Deus. Os pacificadores estão dispostos à cumprir missões pesadas. As pessoas que ensinam a verdade e conseguem aplicar isso na vida dos seus ouvintes são os verdadeiros pacificadores.

Esse ministério vai sempre lutar para ser uma missão pacificadora no mundo.