Existe uma ordem natural no propósito de Deus. Visto que existe ordem em sua execução, devia existir uma ordem natural na mente de Deus. Isso não coloca tempo na eternidade. Há uma diferença entre o propósito de Deus que é um em intenção e a execução desse plano único de Deus. Isso pode ser ilustrado de várias formas. Existe um Deus, mas três Pessoas. Nós pensamos sucessivamente, mas Deus pensa simultaneamente.
Nossa glorificação estava na mente de Deus no mesmo instante que ele nos escolheu. Deus é de uma só mente (Jó 23:13).
Desconsiderando os debates sobre a ordem dos decretos de Deus, a ordem seguinte na execução do propósito de Deus no tempo deve ser reconhecida:
Desconsiderando os debates sobre a ordem dos decretos de Deus, a ordem seguinte na execução do propósito de Deus no tempo deve ser reconhecida:
PRIMEIRO – Deus propôs “salvar” alguns (Ef. 1:4; 2Tm. 1:9). Essa é uma das sete coisas mencionadas como tendo acontecido antes da fundação do mundo.
SEGUNDO – Deus propôs “redimir” aqueles que ele propôs salvar: “Pois vocês sabem que não foi por meio de coisas perecíveis como prata ou ouro que vocês foram redimidos da sua maneira vazia de viver, transmitida por seus antepassados, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito, conhecido antes da criação do mundo, revelado nestes últimos tempos em favor de vocês” (1Pe. 1:18-20). É maravilhoso que Deus tenha demonstrado seu propósito eterno diante de nós para que pudéssemos conhecer seu propósito para nós.
TERCEIRO – Deus propôs “regenerar” todos a quem ele propôs redimir: “Não por causa de atos de justiça por nós praticados, mas devido à sua misericórdia, ele nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tito 3:5). O lavar da regeneração de Tito 3:5 é um lavar de uma vez por todas. Uma vez que uma pessoa tenha sido limpa no sangue de Jesus Cristo, jamais precisará ser limpa novamente. A renovação que começa na regeneração continua enquanto estivermos vivos, mas o lavar de uma vez por todas nunca será repetido.
QUARTO – Deus propôs que todos aqueles que ele regeneraria deveriam “crer”: “…e creram todos os que haviam sido designados para a vida eterna” (Atos 13:48). Aquele a quem Deus propôs salvar, redimir e regenerar, é por esse mesmo Deus capacitado a crer. Em razão de sua depravação, a vontade do homem é naturalmente inclinada para o que é mal (João 5:40). Portanto, à parte da graça da regeneração, ninguém pode crer até que tenha sido regenerado. Se uma pessoa não-regenerada pudesse escolher a Jesus Cristo como seu Salvador, sua vontade não seria depravada. A pessoa não-salva e não-regenerada que pensa que tem a capacidade de escolher a Jesus Cristo distorce a depravação, e aquele que supõe que pode receber a Jesus Cristo como Salvador à parte da graça deturpa a graça de Deus.
QUARTO – Deus propôs que todos aqueles que ele regeneraria deveriam “crer”: “…e creram todos os que haviam sido designados para a vida eterna” (Atos 13:48). Aquele a quem Deus propôs salvar, redimir e regenerar, é por esse mesmo Deus capacitado a crer. Em razão de sua depravação, a vontade do homem é naturalmente inclinada para o que é mal (João 5:40). Portanto, à parte da graça da regeneração, ninguém pode crer até que tenha sido regenerado. Se uma pessoa não-regenerada pudesse escolher a Jesus Cristo como seu Salvador, sua vontade não seria depravada. A pessoa não-salva e não-regenerada que pensa que tem a capacidade de escolher a Jesus Cristo distorce a depravação, e aquele que supõe que pode receber a Jesus Cristo como Salvador à parte da graça deturpa a graça de Deus.
QUINTO – Deus propôs que todos os que crerem buscarão a “santidade” de vida: “A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual” (1Ts. 4:3). Fomos escolhidos em Cristo para que pudéssemos ser santos e incorruptíveis diante dele em amor (Ef. 1:4). A santidade de vida segue a fé verdadeira em Jesus Cristo.
SEXTO – Deus propôs que todos aqueles que crêem “perseverarão”: “Nós, porém, não somos dos que retrocedem e são destruídos, mas dos que crêem e são salvos” (Hb. 10:39). Perseveramos porque nos preserva (1Pe. 1:3-5).
SÉTIMO – Deus propôs que todos aqueles que perseverarem serão “glorificados”: “E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou” (Rm. 8:30).
Dentro do contexto da execução do propósito eterno de Deus, o tempo é o sistema de relações seqüenciais que um evento tem com outro. Uma consideração do passado, presente e futuro do tempo força uma pessoa a admitir que a duração do tempo não é somente indefinida, mas finita. Pelo contrário, dentro do contexto do propósito eterno de Deus, não há nada mais que o pensamento do passado, presente e futuro. Sem um futuro no pensamento de Deus, a mensagem de “… Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo…” (Ef. 1:4) e “…por causa da sua própria determinação e graça. Esta graça nos foi dada em Cristo Jesus desde os tempos eternos” (2Tm. 1:9) não teria sentido. As palavras predestinação e pré-ordenação seriam sem sentido, se não houvesse futuro no pensamento de Deus. Além do mais, sem um passado no pensamento de Deus, todos os regenerados ainda estariam em seus pecados; Cristo não teria morrido, etc. Sem um presente no pensamento de Deus, a admoestação para fazer o máximo do nosso tempo não teria sentido (Ef. 5:16). Outras expressões relacionadas a isso são “a plenitude do tempo” (Gl. 4:4) e “no devido tempo” (Rm. 5:6).
Fonte: Capítulo 3 do livro Eternity and Time , de W. E. Best.