Quando Pilatos percebeu que não estava obtendo nenhum resultado, mas, pelo contrário, estava se iniciando um tumulto, mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão e disse:"Estou inocente do sangue deste homem; a responsabilidade é de vocês".
(Mateus 27:24)
Após interrogar Jesus e não encontrando nele crime algum, Pilatos entregou a decisão ao povo, que pediu sua crucificação.
Foi justo?? (1)
Pilatos agiu corretamente ao fazer a vontade da maioria mesmo não enxergando qualquer motivo para matar Cristo?? (2)
E quando a maioria ou boa parte das pessoas deseja algo que DEUS condena?? (3)
Acaso busco eu agora a aprovação dos homens ou a de Deus? Ou estou tentando agradar a homens? Se eu ainda estivesse procurando agradar a homens, não seria servo de Cristo.
(Gálatas 1:10)
Será que candidatos políticos "cristãos" seriam exceção em prol do estado laico?? (4)
Seria possível ser verdadeiramente um servo de Cristo na prática e defender que as pessoas tem o "direito" de fazer aquilo que Deus abomina?? (5)
Se DEUS rejeita e os homens aprovam, a quem tal candidato(a) estaria servindo?? (6)
Haveria como servir '2 senhores' que são antagônicos entre si?? (Lucas 16:13) (7)
E o que dizer então da seguinte atitude do rei Josias, que ao conhecer a verdade sobre a Lei de Deus?? (8)
O rei colocou-se junto à coluna real e, na presença do Senhor, fez uma aliança, comprometendo-se a seguir o Senhor e obedecer de todo o coração e de toda a alma aos seus mandamentos, seus preceitos e seus decretos, confirmando assim as palavras da aliança escritas naquele livro. Então todo o povo se comprometeu com a aliança.
(2 Reis 23:3)
Ele se referia a isso:
Quando subir ao trono do seu reino, mandará fazer num rolo, uma cópia da lei, que está aos cuidados dos sacerdotes levitas para o seu próprio uso.Trará sempre essa cópia consigo e terá que lê-la todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer o Senhor, o seu Deus, e a cumprir fielmente todas as palavras desta lei, e todos estes decretos.
(Deuteronômio 17:18-19)
No capítulo 23 do livro de 2 Reis podem ser vistas as medidas tomadas por ele em relação às práticas idólatras do povo, e se há dúvidas sobre o quanto DEUS abomina esse tipo de práticas eu sugiro a leitura de Ezequiel 8, que dentre outros muitos e muitos textos deixam clara reação de DEUS à quebra dos mandamentos de DEUS por parte de um povo, com referência especial à idolatria..
Mas... e a democracia ??? E o estado laico ??
Obviamente muitos podem alegar que o "sistema de governo" era outro, que naquele contexto "teocrático" isso era aplicável mas hoje não..
Bom, em parte há sentido, tendo em vista que a maioria dos povos hoje pertencem a "Estados laicos e democráticos" ao invés de nações submetidas ao poder centralizado de um rei ou imperador.. Porém, se observarmos o contexto em que o rei Josias tomou tal decisão vemos que Israel era na prática "laico"..
Nos capítulos anteriores vemos muitas vezes a indicação de que muitos reis "fizeram o que o Senhor reprova", e nesse capítulo há uma ênfase no combate à idolatria realizada de forma pública, à qual os reis anteriores "lavaram as mãos" (ou até mesmo praticavam)..
Nem antes nem depois de Josias houve um rei como ele, que se voltasse para o Senhor de todo o coração, de toda a alma e de todas as suas forças, de acordo com toda a Lei de Moisés.
(2 Reis 23:25)
Mas... e a democracia ??? E o estado laico ??
Pilatos foi democrático.
Josias foi teocrático.
Então, considerando Gálatas 1:10, qual deles estava certo?? (8)
Claro que não seria justo um governante cristão eleito pelo povo passar por cima da Constituição do país e impor sua cosmovisão a todos que governa, mas será que um(a) CANDIDATO(A) ao governo deve se colocar como servidor dos futuros governados mesmo quando essas pessoas querem o que é claramente contra aquilo que DEUS chama de "bom" ou "justo"??
O que seguir??
Deve assumir que "a voz do povo é a voz de Deus" ou Gálatas 1:10??
Em quem se espelhar?? Pilatos ou Josias??
Uma dica:
O fato de vossa Majestade reconhecer que para Cristo assumir plena posse de seu reino deve-se necessariamente haver completa purificação de todas as superstições, nisso caracteriza-se vossa singular sabedoria; e ao empreenderdes e intentardes o que julgais ser realmente necessário para este fim, tal esforço constitui uma evidência de rara virtude. Há muito sinais que dão uma quase infalível esperança a todos os homens de bem, a saber: que estais divinamente destinado a ser outro Ezequias, ou Josias, disposto a restaurar no reino da Polônia a mais pura doutrina do evangelho, a qual foi corrompida por todo o mundo pela astúcia de Satanás e pela perfídia dos homens.
Carta de João Calvino a Sigismund Augustus, rei da Polônia.Extraído dos "Comentários de Hebreus", Editora Fiel.
Mas... e a democracia ??? E o estado laico ??
Resposta: Tanto o Estado como qualquer indivíduo devem ser sujeitar a DEUS (Romanos 13:16) e não há algo como um "direito" para que seja diferente disso.. Não há base bíblica para essa 'independência', por mais que não haja também o direito de que a Igreja imponha isso a todos..
Um cristão jamais deveria se colocar como porta-voz das iniquidades daqueles que são claramente inimigos de DEUS e portanto sua "candidatura" deve ser pautada nos preceitos divinos e não seculares.
Se tal candidato for então eleito, bastará (buscar) cumprir o que prometeu, e nesse caso a democracia está sendo praticada, já que os eleitores já sabiam de antemão do compromisso desse candidato com DEUS (podendo então concordar ou rejeitar na hora de votar).
Fiz pelo menos 8 perguntas neste texto que nunca são devidamente consideradas e muito menos respondidas pelos "Pilatianos" de plantão (na verdade são ignoradas), e creio que seja justamente porque entre o comodismo da aceitação pública e o esforço em defender a Verdade e serem perseguidos, eles "lavam as mãos"..