segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O efeito-borboleta, o determinismo e a viagem no tempo (parte 01 de 05)

Bookmark and Share Bookmark and Share
Bom, sempre que eu tento explicar minha visão sobre assuntos referentes ao tempo e à não existência do "acaso" creio que não consigo ser suficientemente claro, e tantas vezes as pessoas acabam descartando todo o conceito devido talvez à não-compreensão de uma ou outra afirmação que eu faço.. Pensando nisso, resolvi escrever em detalhes e de forma mais simples possível (limitado à minha capacidade.. rs) os tópicos envolvidos nessa interpretação..

Já adianto também que não sou perito em psicologia, filosofia, física, química, biologia e nem teologia.. O que vou citar é fruto das minhas percepções do pouco que conheço dessas áreas, e que a meu ver não gera contradições.. ;)

Tenho plena consciência que a grande maioria das pessoas que "não me dão ouvidos" também não são muito chegadas em leitura (quem lê entenda), mas, se você é uma exceção, te convido a uma viagem na minha mente.. rs

E por fim, se preparem para alguns "spoilers".. Vamo lá.. rs


1) Efeito borboleta

É um termo que se refere às condições iniciais dentro da teoria do caos. Este efeito foi analisado pela primeira vez em 1963 por Edward Lorenz. Segundo a cultura popular, a teoria apresentada, o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo. Porém isso se mostra apenas como uma interpretação alegórica do fato. O que acontece é que quando movimentos caóticos são analisados através de gráficos, sua representação passa de aleatória para padronizada depois de uma série de marcações onde o gráfico depois de analisado passa a ter o formato de borboleta.


Essa é a explicação "técnica" para o efeito borboleta, mas eu quero me ater a somente alguns detalhes dela, e para isso vou usar situações mais práticas, citando como exemplo o filme do mesmo nome, que pra mim foi genial em demonstrar a aplicação desse conceito..

Quando era criança, Evan Treborn (Ashton Kutcher) misteriosamente desmaiava ("apagava") em certos momentos, e quando acordava não sabia o que havia acontecido, e depois só ficava sabendo parcialmente, de acordo com aquilo que os seus amigos lhe contavam..


Quando cursava a faculdade, descobriu que tinha o "poder" de retornar a esses momentos "em branco" (ao passado) quando lia algumas anotações em seu diário que narravam justamente o que ele se lembrava momentos antes e depois daquelas ocasiões.. Nessas "viagens" ele então conseguia reviver os momentos onde ele havia "apagado", e, tendo já uma consciência adulta, se via capaz de alterar os resultados de atos desastrosos do passado que na época ele não tinha qualquer controle (como por exemplo evitar que o pai pedófilo de sua amiga abusasse deles quando eram crianças)..

Porém, cada vez que ele alterava algum pequeno detalhe do curso natural das coisas, isso influenciava toda a história, na maioria das vezes gerando problemas muito piores do que os originais (como por exemplo quando em uma dessas "novas realidades" sua amiga se tornou uma prostituta).. 

Ou seja, comparando com a descrição "técnica" do Efeito Borboleta, cada pequena atitude dele (batida de asas de uma borboleta) que fosse diferente do "plano original" (distinguindo então o sentido "caótico") modificaria todo o "sistema".


No decorrer da história, esse "poder de alterar o passado" acaba sendo considerado uma maldição.. E pode-se dizer que era uma maldição hereditária, já que seu pai também a tinha e por fim foi considerado louco. E tudo indicava que o Evan seguiria os mesmos passos, até porque a cada "viagem" seu cérebro era sobrecarregado de novas informações e portanto os médicos (que descriam nas histórias dele) não tinham muitas esperanças quanto ao seu futuro..

Enfim, recomendo que assistam o filme para que fiquem claras todas as implicações das escolhas que ele fez para alterar o próprio "destino", e como elas influenciaram não somente a vida dele como a de seus amigos e até de sua mãe.. 

Mas terminada essa pequena introdução ao tema.. rs, é interessante refletir que, conforme esse ponto de vista, cada pequena ação pode definir toda a nossa história e também que todas as coisas estão interligadas..

OK, na continuação vou citar a segunda parte: o determinismo.