domingo, 18 de fevereiro de 2018

Acaso, o Programador Sênior

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É comum e cada vez mais popular a defesa aberta da ideia de que os seres, o mundo e o próprio universo não sejam frutos da obra de uma mente criativa, mas sim de processos conduzidos pelo acaso. Para tal, assumem-se verdades que não podem ser provadas, mas que são tidas como mais coerentes que a narrativa de um Ser Criador, Atemporal, Sempiterno, Onipotente, Onisciente e Onipresente.

O que mais me intriga é pensar que muitos daqueles que dizem ter afeição à Lógica, acabam sendo ludibriados por teorias filosóficas com roupagem científica e passam a crer em tais coisas, que não podem ser comprovadas pelo empirismo que o discurso de "descrença" no transcendente exige.

Alguns afirmam que é "fácil" demais assumir a crença em um Criador plenamente poderoso e que isso é uma desculpa para responder os grandes enigmas do universo, mas isso não passa de falácia. Na verdade, crer que o acaso pode gerar o grau de complexidade presente no nosso universo é que é uma saída fácil (e frágil) para os problemas. 
Um crente sensato, não nega a importância da Ciência para se buscar respostas, mas a grande diferença é que, apesar de assumir seus pressupostos em suas posições da mesma forma que céticos (em Deus) tem os seus, o ponto de partida dos pressupostos cristãos é a própria Palavra do Criador e não qualquer outro fator que O despreze. Desta forma, a Ciência serve como instrumento para investigar e confirmar aquilo já revelado, de forma a esclarecer mais ainda aquilo que a Palavra de Deus não teve o propósito de explicar à exaustão. E a humildade os leva a crer que nem tudo pode ser descoberto (Deuteronômio 29:29).
Em resumo, esse crente sabe que nem tudo poderá ser explicado, mas que o instrumento da Ciência, bem utilizado, só trará benefícios.

Mas voltando à contradição do casualismo, quero dar um exemplo "tecnológico" do quanto isso é absurdo.
Em 2005 tive meus primeiros contatos profissionais com lógica de programação, aprimorando a mesma com o aprendizado da linguagem Java a partir de 2010 e aplicando em Jogos Digitais (com linguagem C) a partir de 2016. Desde o começo, mas principalmente depois do contato com a confecção de um jogo, o pensamento sobre a insensatez dos "crentes" na "aleatoriedade criativa" começou a me intrigar mais..

A programação de um jogo consiste basicamente em criar um ou mais loops (repetições) que determinam o escopo de acontecimentos possíveis nele. Enquanto as condições para manutenção desse loop existirem, o jogo continua; do contrário é reiniciado ou fechado.
Ex.: Enquanto a quantidade de vidas for maior que 0 (zero), ou enquanto o usuário não apertar alguma tecla ou botão para sair, e assim por diante.
Por isso mesmo, a programação exige a existência do WHILE (enquanto) ou comandos similares para que tudo aquilo que ele engloba seja feito somente se as condições forem atendidas.

Mas para definir as interações do usuário com o jogo até mesmo os eventos automatizados no interior do jogo, o programador também se utilizará de comandos que checam variáveis de forma imediata para executar ou não determinados acontecimentos ou ações no jogo.
Ex.: Se o jogador apertar o botão, o personagem pula.
Para isso o programador precisará usar comandos como o IF (se) ou algo similar.

A variação na escrita dos comandos se dá conforme a Linguagem de Programação utilizada. Ou seja, apesar de haver uma Lógica que é Universal, a ponto de ser compreendida pelo programador e pela máquina (quando convertida em linguagem computacional), existem diferentes formas de se efetuar essa comunicação.
Isso se dá porque é necessário que o computador entenda o que queremos dizer, e para isso, o compilador converte o código escrito em algo que a máquina compreende e executa. A linguagem é então a forma de escrita que conhecemos e que o compilador traduz para a máquina.

Também vale dizer que o processo de programação envolve não somente o conhecimento da lógica e da linguagem, mas inclui também o conhecimento prévio de todas as possibilidades que tal sistema deve abranger. Todas as condições devem ser previstas pelo programador, sendo que sua programação é o que de fato torna possível que elas ocorram ou sejam controladas quando acontecerem.

Complexo tudo isso??

Agora tente imaginar um jogo ou sistema (pode ser do mais simples até o mais complexo que você conhece) sendo feito sem utilização de alguma linguagem de programação ou algoritmo simples. Ou mais ainda, imagine o tal jogo ou sistema ser gerado sem uma linha de código ou comando inteligente qualquer. Sem lógica aplicada.

Loucura??
Concordo.

Mas é isso que céticos ao criacionismo creem.
As únicas alternativas são: crer que o tal sistema sempre existiu ou crer que o início desconhecido sem Lógica aplicada gerou consecutivamente tudo o que há hoje (sem poder explicar como). No segundo caso, seria como assumir que o melhor programador da história é o acaso (o que a meu ver seria uma forma de rebaixar todos os programadores.. rs).

Se você tem conhecimentos na área, faça o teste: Tente criar um sistema funcional sem projetá-lo, sem estruturá-lo, sem usar comandos. Em resumo: tente criar um sistema sem pensar.

Não dá, né??

Então como 'engolir' que um sistema tão complexo quanto nosso universo possa ter sido gerado pelo/ao acaso, despropositadamente??


E por qual razão alguém "amante da lógica" creria que a matéria, tempo e espaço, e todas as leis que os regem sempre existiram, mas taxaria de "ilógico" que um Criador Todo-Poderoso e Onisciente tenha sido o responsável pela "programação" desse universo??

Se alguém souber, me avise.




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